quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SOS Salto do Yucuman...


SOS Parque do Turvo e Salto do Yucuman

O Professor Carlos Dominguez da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria apresentou hoje o seu trabalho e o seu grito de alerta sobre o Parque do Turvo e o Salto do Yucuman, localizado no Rio Uruguai no norte do nosso Estado, na divisa com Santa Catarina e Argentina.
O Parque do Turvo é um dos últimos refúgios da flora e fauna da região no lado brasileiro, ocupando uma área de 17.000 hectares. Forma um mosaico com Unidades de Conservação na Argentina, totalizando uma área protegida de aproximadamente 80.000 hectares.

O Salto de Yucumãn, situado na área do Parque, tem aproximadamente 1,8 km de extensão formando uma queda d’água longitudinal, devido a uma fenda provocada pelo rebaixamento de parte do leito do rio Uruguai. O Salto fica mais aparente nos meses de verão, quando o nível natural do Rio Uruguai baixa. Neste momento as rochas emergentes permitem a passagem de animais entre as duas margens do rio, permitindo o fluxo genético de várias espécies, inclusive a onça.
Conforme a informação do Prof. Dominguez, infelizmente o Salto já é seriamente afetado pela Hidrelétrica Foz do Chapecó (construída a montante), no momento em que o excesso de água da barragem é liberado para o rio (de acordo com moradores ribeirinhos, umas três vezes por semana).
A construção de mais duas hidrelétricas rio abaixo, se construídas sem os devidos cuidados, será o fim do Salto de Yucuman que ficará submerso para sempre, como foram os Saltos das Sete Quedas com a construção de Itaipu. Ficará submersa, também, a passagem dos animais para a outra margem do rio, deixando o Parque do Turvo ilhado e sem conectividade com outras áreas florestais.

As duas usinas ainda estão em projeto. O EIA/RIMA e as audiências públicas ainda deverão acontecer. Neste sentido, agora é a hora da mobilização e da pressão. Se a manifestação contra a inundação do Salto for forte, o projeto ainda pode ser alterado com o reajuste da cota da barragem e com a diminuição da área alagada.
O Prefeito do Município de Derrubadas, no qual se situa o Parque, está mobilizando os demais municípios da Rota Turística Yucuman, contra o impacto ambiental das hidrelétricas a serem construídas. Vamos juntar as forças contra mais esse absurdo, quem sabe podemos salvar o Parque e o Salto antes que realmente seja tarde.

Claudia Steiner

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A solução é a queima do lixo???

Documento do Movimento Nacional dos Catadores diz que 10 cidades podem fazer uso da ‘queima do lixo’

Segundo documento do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, a incineração de lixo pode ser implementada em dez municípios paulistas, as quais estudam a viabilidade ou já estão em fase de consultas públicas e preparando editais para a instalação de equipamentos para eliminar os resíduos por meio da queima.
Para o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério de Meio Ambiente, “a questão deve ser abordada com cautela”. Ele disse que a destruição de resíduos tem diversas implicações, desde o impacto ambiental da queima até a eliminação de recursos não renováveis.
Além disso, o representante do Ministério de Meio Ambiente aponta que, para justificar o alto custo dos fornos, é necessário queimar grandes quantidades de lixo, o que não teria sentido com a implementação de um amplo programa de reciclagem. “Para um incinerador se viabilizar economicamente é preciso ter uma grande quantidade de resíduos. Isso contraria a Política [Nacional de Resíduos Sólidos], porque a política vai no sentido de reduzir ao máximo o resíduo”, declarou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano.
Ele pondera, entretanto, que essa legislação sobre o tratamento do lixo urbano e industrial, aprovada em agosto do ano passado, não exclui a incineração como forma de tratar os resíduos que não podem ser aproveitados.
São José dos Campos, cidade paulista apontada no documento do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, investe no projeto da usina de incineração do lixo, mas prevê a separação dos materiais recicláveis (vidros, plásticos e metais), a biodigestão dos resíduos orgânicos (com a produção de gás e composto) e a queima do excedente.
Diz a administração municipal de São José dos Campos, que o processo irá reduzir em 30% as 200 mil toneladas anuais de lixo produzidas pelos 627 mil habitantes da cidade. Além disso, a usina vai poderá gerar algo perto de 12 megawatts de energia, o suficiente para abastecer 30 mil residências, 20% da demanda da cidade.
A prefeitura de São José dos Campos garante ainda que a proposta, disponibilizada para consulta pública, “está alinhada com rigorosos padrões internacionais de controle de emissões”.
O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, além de apontar a cidade de São Bernardo do Campo, incluiu na lista os municípios paulistas de Lorena, Barueri, Ferraz de Vasconcelos, Assis, São Sebastião, Taubaté e Canas também estão em um estágio avançado de discussões sobre o uso de incineradores de lixo